Setembro
O Sol esconde-se mais cedo, oferecendo-nos tonalidades de vermelho únicas no ano. Já os dias, vão-se deitando mais apressadamente.
Logo a seguir a Dezembro, Setembro é o mês com mais significado no ano, pela nostalgia que traz, por ser, por si só, um mês nostálgico.
Após 3 meses de calor intenso, dedicados à preguiça, Setembro dissolve-se no calendário com a chuva dos primeiros dias. Era sempre assim, que terminavam as minhas saudosas férias grandes.
São 11 horas. Ainda não abri os olhos, mas à transparência das minhas pálpebras, percebo que está mais escuro. Parece que o dia está a amanhecer, só agora.
Os carros que passam, fazem um barulho diferente. –“tssssshhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh”
Subitamente oiço a chuva a bater com força contra as pedras da calçada, parecendo uma plateia que aplaude, tentando arrancar-me da cama.
Abro os olhos e confirma-se. Está a chover.
A pele descoberta pelos lençóis, sente uma frescura abafada. Levanto-me e vou à janela. Sinto o inconfundível cheiro a terra molhada, acompanhado de um bafo de vapor da água, de quando esta toca no alcatrão quente. Estendo a mão e deixo-a encharcar-se daquele festival de gotículas.
Em simultâneo, recordo os primeiros dias de férias e de como na altura, estes pareciam ser infindáveis. Agora no fim, tentava pôr travões aos minutos que passavam a galope, mas até os catálogos de cores garridas, anunciando o regresso às aulas, me confirmavam a irremediável realidade, de que as férias tinham terminado.
Uma década depois, tudo mudou, à excepção da chuva dos primeiros dias de Setembro.
Hoje a janela já não é da casa perdida na montanha, mas a do meu carro.
Deixo o meu cabelo encher-se de miçangas de água, enquanto inalo o cheiro a terra molhada e me deixo transportar a outros locais, outras recordações.
Viajo pelo arquivo de fotografias, de momentos felizes.
Logo a seguir a Dezembro, Setembro é o mês com mais significado no ano, pela nostalgia que traz, por ser, por si só, um mês nostálgico.
Após 3 meses de calor intenso, dedicados à preguiça, Setembro dissolve-se no calendário com a chuva dos primeiros dias. Era sempre assim, que terminavam as minhas saudosas férias grandes.
São 11 horas. Ainda não abri os olhos, mas à transparência das minhas pálpebras, percebo que está mais escuro. Parece que o dia está a amanhecer, só agora.
Os carros que passam, fazem um barulho diferente. –“tssssshhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh”
Subitamente oiço a chuva a bater com força contra as pedras da calçada, parecendo uma plateia que aplaude, tentando arrancar-me da cama.
Abro os olhos e confirma-se. Está a chover.
A pele descoberta pelos lençóis, sente uma frescura abafada. Levanto-me e vou à janela. Sinto o inconfundível cheiro a terra molhada, acompanhado de um bafo de vapor da água, de quando esta toca no alcatrão quente. Estendo a mão e deixo-a encharcar-se daquele festival de gotículas.
Em simultâneo, recordo os primeiros dias de férias e de como na altura, estes pareciam ser infindáveis. Agora no fim, tentava pôr travões aos minutos que passavam a galope, mas até os catálogos de cores garridas, anunciando o regresso às aulas, me confirmavam a irremediável realidade, de que as férias tinham terminado.
Uma década depois, tudo mudou, à excepção da chuva dos primeiros dias de Setembro.
Hoje a janela já não é da casa perdida na montanha, mas a do meu carro.
Deixo o meu cabelo encher-se de miçangas de água, enquanto inalo o cheiro a terra molhada e me deixo transportar a outros locais, outras recordações.
Viajo pelo arquivo de fotografias, de momentos felizes.
2 Comments:
Definitivamente entrou num novo nível, todavia neste escrito volta a 1ª pessoa do singular,com o deslizar de pena das crónicas com as quais pretende que nos identifiquemos,conforme me tinha confidênciado.Deste sempre seu leitor os melhores cumprimentos para a Ex.ma Sr.ª Baronesa.
Não posso crer que deixou cair a sua pele de... lobo?
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