quinta-feira, novembro 23, 2006

A mão que educa

Talvez passe despercebido aos comuns mortais cidadãos, mas compreender a atitude da nossa sociedade e o que a leva a adoptar determinados padrões de comportamento, é mote de intermináveis olheiras de quem está por trás de certas decisões.

Especialmente no que se trata de mudar comportamentos já muito enraizados. É um pesadelo construir campanhas eficazes de promoção de saúde, como sejam reduzir o tabagismo. Já se percebeu que a frase chavão em letras a negrito “FUMAR MATA” parece não ser significativamente eficaz. Mas deixemos, por agora, os nossos fumadores em Paz.

A prevenção rodoviária sofre do mesmo problema: “Se beber não conduza”. Talvez a frase devesse estar mais completa “Se beber não conduza veículos automóveis”. Ainda assim acho que não resultaria.

Bem, se ser explícito não resulta, se mostrar preocupação pelo problema também não resolve nada, se bombardear-nos com imagens abomináveis de vítimas de acidentes e carros acidentados, nem nos dá a menor volta ao estômago, que resulta então?

Sendo nós tão dados a aparências, penso que a única solução passa mesmo pelo o uso e abuso da pressão da censura dos pares (amigos, familiares, etc). Agora temos, é de os pôr a reprovar, o que devem reprovar.

Hoje, quem cumpre as regras, não foge ao fisco, cumpre os limites de velocidade, no Natal não prova todas as qualidades de bombons à socapa dos vigilantes quando vai ao hipermercado, é um verdadeiro asno.

Se o verdadeiro asno passasse a ser quem se borrifa para a moral e ética, talvez fossem diferentes os nossos índices de sinistralidade / criminalidade.

Para rematar e perceberem melhor o que digo...

Recordam-se da febre dos coletes reflectores? Lembram-se que desataram a vesti-los no banco do pendura? Hábito que era um verdadeiro atentado ao pudor visual.
Agora respondam-me quantos vêem agora assim? Nenhum, não é verdade?
Ora porque será...?

Estou certa que foi devido às dezenas de peças humorísticas a gozarem com o novo hábito portuga. Como as do gato fedorento e outras tantas. E como ninguém gosta de ser gozado...

Venham campanhas de humilhação pública!! Hahahaha!

- "Seu parvalhão! Não tires ao fisco nem um tostão!"