sexta-feira, abril 21, 2006

Lingerie masculina vs Portugal


"Portugal está de Tanga!!!"

Frase celebrizada há uns anitos...
Pensávamos nós, que tal como outra peça de vestuário, também esta teria um carácter meramente sazonal. Passaria a estação quente e finalmente o nosso país poderia desfrutar de um bom sobretudo.

É certo que os dados meteorológicos apontam para um aquecimento global, mas já estamos um pouco saturados de andarmos todos de tanguinha, e não é uma tanga qualquer! É do material mais ordinário do mercado e de mísera dimensões. Independente da cor da tanga.. o efeito é o mesmo! Frio, desconforto e aperto!

Quanto tempo vai durar este verão?! Em 2002 falava-se quem em 2004 já haveriam sinais de retoma... não sei que calendário utilizam! Será que têm a versão revista?

Só nos faltam os camelos para isto ser um verdadeiro deserto! Hum... pensando bem... camelos são o que não faltam...

Se ainda Portugal usufruísse destas formas...


Mas... acho que o panorama... é mais este!




sábado, abril 08, 2006

Crédito de Alma Super Simpática do Branco Preto e A Cores.



Vítima de descanso forçado, tenho tido mais disponibilidade de observar alguns comerciais que passam na caixinha mágica.

Porém, mesmo que assim não fosse, por toda a parte os moopies rebolam incessantemente publicidade relativa aos spreads que cada banco anda a praticar nos créditos à habitação, e das facilidades que cada um trás.

Parece tudo ser tão fácil... (volte atrás e leia isto com um ar bem maquiavélico s.f.f.)

Pouco entendia sobre o assunto... até que, por osmose, acabei por ir apanhando um ou outro conceito sobre este produto, que, a meu ver, é apenas uma forma moderna e como já não somos tão dados a sobrenaturalidades, de vender a alma ao dito rabudo. Afinal é um sonho que queremos concretizar, em tempo de vida útil, mas que nos é absolutamente impossível sem este tipo de ajuda.

Se formos a ver, a diferença é apenas uma... o empregado do balcão do banco nosso eleito, a menos que tenha apanhado um escaldão e a esposa pratique adultério (gosto deste termo politicamente correcto, que normalmente é só usado nos casos em que são os homens os praticantes, porque quando são elas...), não é vermelho, nem cornudo.

No entanto, este senhor também nos mostra um grande sorriso, e diz-nos tudo o que é música para os nossos ouvidos, para conseguir o nosso gatafunho oficial, vulgo, assinatura.

Os bancos tudo fazem, estrategicamente falando, para caçarem as pobres almas ainda livres e inocentes. Ora fazem créditos simpáticos, com cheques oferta, com prestações fixas, com primeiros anos de carência, com a possibilidade de pagar 30% do crédito no fim! Fazem anúncios com jovens que supostamente não chularam os país, nem ganharam a lotaria, e estão em início de carreira, mas que vão viver para uma casa que deve custar no mínimo uns 250 mil euros!

E os spreads? Ui! Ainda tenho esperança de ver a taxa de spread a 0.28999999999% só para não ser a 0.29% que todos os outros fazem! Já que há a 0.30, 0.33, 0.6... e, possivelmente, todas as restantes combinações.

Mais interessante é que a palavra “desde” que surge por baixo, é 5000% mais pequena que a font em bold do número.

Ora... é extremamente fácil conseguir um spread desses, basta:
- termos 200 mil euros para a entrada,
- o imóvel valer um milhão de euros e conseguirmos comprá-lo por uma pechincha de 400 mil euros,
- termos um rendimento anual líquido de 300 mil euros, assinarmos todos os outros produtos que o banco possui, que vão desde poupança reforma, à poupança crescimento dos filhos que ainda não tivemos,
- optarmos por fazer o crédito a 90 anos, sim... 90, não sabiam? Já vamos poder comprometer até duas gerações (ou seja os nossos netos) a pagarem os nossos créditos, ou então a modalidade “post-mortem”. Há cobradores de fraque médiuns que tratam do assunto!
- E!!! Finalmente, mas muito importante! O rendimento dos fiadores! Se tivermos a sorte de termos como fiador o tio Belmiro de Azevedo, e com muita negociação (tendo alguma sorte no empregado que nos atende e na sua influência dentro do banco), já conseguimos ter o spread mais baixinho.

Como vês, são só facilidades!

Para o vulgo pelintra português, que não tem pais para dar um empurrãozinho (isto começa a ser raro, os pais conseguem, na sua maioria, dar sempre um jeitinho), a coisa complica-se.

Quando vamos ao banco, lá tentamos ir um pouco mais aperaltados, para causar melhor impressão (cá isso conta muito, experimentem aparecer de calças de ganga e t-shirt e todos esgadelhados, não um esgadelhado à beto... esgadelhado mesmo de cabelo por lavar há uma semana, que correm logo com vocês). Sentamo-nos naquele cantinho que todos os bancos têm, para tratarem destes assuntos com maior privacidade, já que vamos expor ali as nossas vergonhas, vulgo salário....

Fazemos um sorriso nervoso e:
- Bom dia... (mãos e pés sem saber como os colocar, e aos saltinhos na cadeira)
- Estou interessada em comprar uma casa.... e... (risos nervosos, baixinhos e tímidos) preciso de fazer um empréstimo de 150 mil euros (mais risos nervosos e mãos com comportamento semelhante a bolinhas saltitonas de borracha).

O empregado lá diz todas as opções, ao ponto de nos baralhar e começa a pedir documentação.

Lá entregamos o papel do IRS, mas com a ressalva de...: - “Aah... É que o ano passado não correu lá muito bem...“ (será que o dizemos porque acreditamos que o próximo ano vai ser melhor?! Que sonhadores! Nem nos contos de fadas isso seria concretizável!)

Depois o empregado pergunta-nos se somos efectivos no nosso local de emprego. Se respondemos que estamos a contrato... UUUUUUUUUUUUI aí é que está o caldo entornado.

Depois de colocarmos N opções... chegamos ao ridículo...:
- Então e se eu pedir só 10 euros, a pagar em 50 anos... não me emprestam?
- Não minha senhora, o banco tem de se assegurar que não corre qualquer risco. Mas vamos ver... vamos preencher toda a papelada e logo lhe damos uma resposta.

(eles nunca dizem logo que não... a diferença é que se for não, demoram 2 meses a darem-no hahaha! Adoram pôr-nos neste impasse)

Bem... lá metemos a papelada toda na pasta e vamos embora, com o ego tal e qual uma camisola de lã, após ter ido à máquina a 60 graus.

Mas afinal como é que a Maria conseguiu a casa dos 250 mil euros sem chular os pais e sem ganhar a lotaria?

Vamos embora... tristes pelo diabo não querer a nossa alma... E porque de repente, caímos na realidade, que nada tem a ver com a que nos é transmitida pela publicidade. Os bancos não são amiguinhos que nos querem ajudar, são demónios, sanguessugas que querem o nosso dinheiro, para fazerem dinheiro em sua prol.

Contudo, quando conseguimos seduzir o diabo, passamos às formalidades legais... e eis que nos apresentam o contrato... cheio de letrinhas, parêntesis, notas de rodapé, chamadas a decretos-lei que não fazemos ideia do que se tratam, linguagem dúbia e imperceptível para a maioria das alminhas prestes a serem compradas.

No fundo, ao assinar o calhamaço da nossa desgraça, autorizamos que:

- vejam o nosso estado de saúde (sim... comprar uma alminha com alguma doença crónica é que não!),
- nos tirem tudo até ao tutano caso falhemos alguma prestação (quanto valerá a cuequita fio dental que estou a usar agora? Ora ora ora... dependerá certamente do gosto sublime do avaliador),
- Até a nossa liberdade percamos (refiro-me a liberdade “espacial” já que perdemos qualquer tipo de liberdade monetária) pois podemos ir presos, caso nos portemos mal no pagamento!


Ora... e tu? Quando vendes a tua alma ao diabo? Hahahaha! Suspeito que estejas ansiosa(o)!

E depoiiiiiiis do amooooOOOr! (*)


A realidade que nos é dada nos contos de fadas, nos filmes e nas revistas cor de rosa, é um verdadeiro atentado ao nosso bem estar psicológico.

Ora vivem sempre felizes para sempre, ora o sexo é sempre fantástico e livre de fluídos, ora as parturientes acabam de ter a criança e ficam logo com um corpinho de modelo.

Todos sabemos que qualquer das três hipóteses são impraticáveis, inexequíveis, infactíveis, irrealizáveis, impossíveis, enfim... uma cascata de sinónimos.

Até compreendo... o “Instinto Fatal” possivelmente não seria tão memorável se a Sharon Stone, após aquela cena de sexo espalhafatosa, que... ela própria goza (caramba... se a realidade do dia a dia sexual de uma mulher fosse assim, nem calculo a quantidade de hérnias discais por esforço, chegariam às urgências do hospital), fosse seguida de:

- “Dá aí o papel!” (está sempre... mas seeeeeeeempre suficientemente perto para o vermos, mas sempre a 20 cm de distância do nosso dedo mindinho, na sua elasticidade máxima..)

- “Segura aí... Oh...Hm... o papel está a esfarelar-se todo...(silêncio... e milhões de bolinhas de papel higiénico...)

- “Não não... é melhor dares-me um dos dodots... isto ta muito...” (muitas reticências e silêncio...)”

- “Aaaaaah espera! Não te mexas, isto tá tudo a escorrer! Olhós LENÇÓIS!! (ou banco do carro, ou roupa... capôt do carro... etc...)”

Ou então, quando são aqueles toalhetes da Distron, aquilo deve ter algo parecido com álcool que, quando vamos limpar (antes e/ou depois do acto) o pirilau do nosso escravo sexual (hahaha), ouvimos um grito estridente seguido de fuga explosiva... Ok... reconheço que aquilo é mesmo gelado! Mas eu adoro rir... e confesso que me dá algum gozo! Hahahaha!

Terão todos de concordar comigo... que o diálogo não é particularmente romântico, nem a situação evapora sensualidade, porém isto sim! Isto é a realidade!!! Ou alguém no seu pleno juízo e respeitando o mínimo de regras de higiene se deixa ficar assim... TODO PEGANHOSO!?

Se no instinto fatal este trecho tivesse sido filmado... certamente não seria o descruzar de pernas, a cena mais memorável.

Nota
"Kit de Brincar aos Médicos" a ter sempre por perto (MAS MESMO PERTO!) incluí:

- Preservativos
- Ky-gel (ou outro lubrificante)
- Toalhetes húmidos de higiene intima (ou dodots... se bem que as vezes irritam a pele)
- Papel higiénico (do mais resistente) ou lenços de papel.

Claro que uma banhoca com aguinha e sabonetezinho é essencial e insubstituível, logo que possível!



(*) Pronunciar cantarolando a música do Paulo de Carvalho - "E Depois do Adeus"

sexta-feira, abril 07, 2006

Provérbios...


À medida que o tempo se metamorfoseia em máquina de lavrar e vai trilhando sulcos na minha pele... (*) vou dando conta aos poucos de que sou efémera.

Frases como “Já não são os 18 anos!”, profiro-as com um olhar de menina colegial e um sorriso maroto, porém cada dia que cai no meu calendário, vai demonstrando a realidade das minhas palavras.

Noto isso especialmente no cansaço e no sono que tenho. À semelhança das baterias dos telemóveis, também a nossa bateria vai ficando extraordinariamente viciada! Às 2 da manhã, já preciso urgentemente de ser ligada ao carregador (leia-se cama ou sofá)!

Por isso digo.. A partir de certa idade... A sabedoria popular tem de ser adaptada e dizer-se antes...:

Deitar cedo e cedo erguer... só se for para fo..er!



(*) bem... ainda não tenho rugas, mas achei que este era um bom começo! No entanto, o meu tempo lá chegará, por isso tomem o texto como algo que será a minha imagem daqui a uns 10 anos (isto se os cremes anti-rugas não fizerem mesmo efeito)!