Há já algum tempo que os meus neurónios se agitam num turbilhão de sinapses ao questionar-me sobre o fenómeno xuning.
Se repararmos, é toda uma cultura na plenitude da palavra! Estes indígenas reconhecem-se da restante população normalmente:
na forma de vestir - boné cor de rosa clarinho que não tiram nem dentro do carro, possivelmente tal como Obélix e Astérix receiem que lhes caia o céu na cabeça; anéis de oiro um em cada dedo comummente designados por caxuxos e a correntezinha de oiro a enlear-se nos pêlos do peito;
na música que ouvem (yô yô... yô);
na forma como falam - aThaum Ppute, tass bem? Tasse bem... tasse... tasse bem! (suspeito que isto seja alguma comunicação genero morse... em que o “tasse” funciona como ponto e o “tasse bem” como traço).
Como parece ser evidente, esta cultura tem normalmente exemplares de outra cultura designada por “dreads” (Seja lá o que isto signifique... mrortos?).
Mas de facto o que distingue um xunado (chamemos-lhe assim), acima de tudo, é o seu veículo automóvel! Dependendo das posses do dono, este veículo é mais ou menos luxuoso, porém, normalmente como esta cultura está associada a meios pobres, as marcas mais comuns de tal atrocidade são os puntos e os saxos (modelos de 1900 e troca o passo)! De preferência verde alface metalizado!
Qualquer xuning que se preze tem uns faróis traseiros lexus, um aeleron do tamanho das casas, a tampinha do combustível cromada, umas saias para estoirar no primeiro passeio, porque como é evidente, o carro está rebaixado, luzinhas azuis no capot ou puxadores das portas, e acima de tudo! Um escape que faça barulho! Aumento da potência do motor, já é perfeitamente facultativo! O que importa é que o carro dê nas vistas, e que faça barulho! Não vão os mais distraídos deixar passar, sem a devida contemplação, tal 8ª maravilha do mundo.
Há porém alguns xunados mais requintados, que não desfiguram o carro externamente... dedicam-se a alterações do seu interior. Transformam os carros em autênticas salas de cinema e de disco. Bem, pelo menos o sistema de som deve ter igual potência! Todos sabemos aquela sensação de... começar a ouvir lá ao loooooonge e pensar... “hum... estamos em eleições? É a campanha do PCP? São os Vangelis do PS? Há algum circo por perto?...” à medida que se aproxima... PUM PUM PUM começamos a reconhecer o hip-hop cujas letras são normalmente... divinais... “leva-me a loja dos doces... tarara ra leva-me aos chupa-chupas tarara ra” (tradução livre duma musica dos 50 centavos).
Suponho que em casa não devem ter écrans, nem som que cheguem aos calcanhares dos que possuem no carro... aí os meus neurónios fervilham! E questiono-me se estes indígenas vão para o carro ver filmes e comer pipocas, será que passam assim tanto tempo lá que desfrutem do investimento? Ou é... apenas para "inglês" ver, e conquistar miudas?
Finalmente o tipo de xuning... bem tunning, talvez este tenha direito à designação não caricaturada, temos o dos indígenas que se resumem a fazer alterações no motor. O objectivo no fundo, é pôr o carro com a maior potência possível sem que ele rebente! Felizmente, o comum indígena não tem conhecimentos suficientes para sequer se lembrar de pôr o carro a andar sei lá... a energia atómica! Depois de colocados todos os escapes de alto rendimento (tb barulhentos), reprogramados... trocadas peças... motores inteiros... abertas entradas de ar onde nunca as houve! Eis que chega a prova de fogo! E esta é testar o bixo na conhecida pista... o famoso autódromo vasco da gama! É curioso é que é um autódromo só em recta, esqueceram-se de desenhar o restante trajecto... possivelmente por falta de verba... quiçá!
Mas agora caros leitores... e após minuciosa descrição por forma a colocar-vos a par deste fenómeno crescente, os meus neurónios saltam pulam, dão cabeçadas nas meninges, ao tentarem arranjar uma teoria para justificar tal fenómeno. E após anos de pesquisa, noites mal dormidas, convívio com alguns espécimes, com alguma, mas não muita febre xuning (felizmente), cheguei à conclusão que isto é tudo uma questão de afirmação! De medição de forças! E como já não andamos nus, os homens têm de se comparar entre si NALGUMA COISA! E cá está! Comparam-se com a potência dos carros e aparência dos mesmos! Porém! E chegamos agora, à revelação bombástica! Atrevo-me a dizer, que o tamanho da pila destes indígenas é inversamente proporcional ao nível de xuning do seu veículo. Ou seja meu caro leitor! E arriscando dizer que serei certamente a próxima prémio nobel, de área ainda por criar, dado que não se encaixa em nenhuma das remanescentes... Quanto menor o apêndice sexual masculino, maior a espampanância do seu carro!
O homem menos premiado pela natureza, sente maior necessidade de afirmação... e necessita de maior marketing para conquistar as miúdas... é como o pavão, que tem de ter as penas mais vistosas para causar melhor impressão! Pra nós mulheres... acaba por ser publicidade enganosa (pena a DECO nao aceitar este tipo de reclamação) e uma imensa desilusão... ao ponto de quase apetecer dizer... "bem... podemos ser só amigos?"... enfim é pena... às vezes deviamos ter menos papas na língua! Mas como temos a noção que dizer isto a um homem, e evidenciar que era mesmo por causa do seu pequenino handicap, era suicídio na certa... acabamos por nos controlar um pouco...
O tamanho da pila, será certamente um tema a abordar isoladamente, dada a sua relevância e complexidade, num outro post, porém fica aqui outra conclusão das minhas divagações. A importância da metrologia da pila na vida dum homem instiga-me a ter a audácia de dizer que é tema de pensamento de 75% do dia de um homem normal (sim admito que para chegar a tais teorias, a mesma teve de fazer parte do meu dia em 90%).
Voltando a relacionar o apêndice peniano com o xuning, desejo apenas rematar com a imagem, decerto familiar a todos vós, de dois XY’s cada um em seu carro, a comparar a potência dos mesmos, como se fosse uma questão mesmo... pront... como dizer..? MESMO IMPORTANTE DE SE DISPUTAR!!!
Que tamanho terá o Allonso? Hm... bem... mas esse não é xuning... mas a avaliar pla forma como conduz... meninas meninas! Não o queiram como eunuc... erm... namorado!
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